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![]() Engenheiro, poeta e trovador, foi delegado da UBT em Vila Velha - ES e participante de antologias. CANÇÃO DO
EXÍLIO (longos
anos trabalhando/residindo em outras cidades)
Todos cantam sua Terra e eu vou beber à
minha...
Vila Velha tem cerveja,
pescadinha e
peroá,
os peixes que aqui são fritos,
não são fritos como lá.
Qualquer “barzim” tem moqueca,
camarão: no Stragalar;
no Assis tem caranguejo,
seu Vadinho* tem vatapá.
Eu me lembro toda noite,
Da Prainha do Inhoá,
Sururu de Itapoã,
Eu sei que igual
não há.
Minha terra tem botecos,
que tais não
encontro eu cá,
Itaparica tem coco,
batidinha e peroá,
no Jucu tem
“Madalena”,
e eu passo a noite a bailar.
Não permita Deus
que eu morra,
sem que eu volte para
lá,
para comer peixinho frito,
com a gelada a ladear,
na linda Praia da Costa,
onde Deus criou o mar...
Antônio
Tavares Sucupira
10/01/2012
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ CONCEITO
HUMANO
(aos
que finalmente entenderam que não há o que
entender...)
É
isso.
Nesse
vagar insano,
tudo
não passa de puro,
conceito
humano.
Trabalhar,
amar, odiar;
e
cai o pano,
rico
ou pobre, vira defunto;
conceito
humano.
Felicidade,
um ledo engano,
pura
ilusão que também é
conceito
humano.
Um
erro crasso, errar ou acertar,
saber
ou não saber,
bom
ou mau,
retórica
do cotidiano...
verdade,
mentira,
você
delira...
conceito
humano.
Falar,
ouvir, sentir,
ver
ou não ver,
não
há engano:
retirem
os órgãos e
tudo
acaba,
acaba?
conceito
humano.
Ateu,
pagão, cristão,
política
ou religião,
pobre
paroquiano,
ainda
não entendeu?
não
percebeu?
conceito
humano.
E
mesmo assim,
a
essa vida,
nos
apegamos e
oramos
a um Deus no qual
acreditamos...
e
esse Deus,
Oh!
meu Deus!!!!!!
Conceito
Humano.
Antônio
Tavares Sucupira
13/01/2014
Gentileza é amor
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LIBERDADE (Pátria Amada, Brasil)
Desceu daquela favela, Uma cachaça na goela, Num desvario exangue.
Negro, pobre, favelado, Sem teto, desempregado, Nariz derramando sangue.
Filho desta pátria amada, Mãe de prole abandonada, Dos tempos da servidão.
Desceu daquela favela E sem nenhuma emoção, Morreu no meio do asfalto, Sua alma planou bem alto, Livre da escravidão.
Antônio Tavares Sucupira 05/2009
OUTLIER
Não sei quem sou ou o que faço, Durmo, bebo, como, Beijo e abraço De maneira frugal, sou mesmo ábsono E multimodal. Um intervalo de não confiança Perdido na estrada, Totalmente excluído da análise, Multivariada. Sem desvio-padrão ou variância Que me inclua No espaço amostral, Eliminado no teste de significância Descartado da população Multinomial. Um OUTLIER desfragmentado, estranho, extremo, aberrante, Um caso mal diagnosticado, Uma observação contaminante, Discordante, dissonante. Um ser insano Não militante do convencionado, Conceito humano. Uma hipótese nula e Não probabilística, Recusada em todos os conceitos De inferência estatística. Que mergulhou por si mesmo Em um abismo abissal, Determinado a vagar a esmo Cada vez mais afastado, Da curva normal...
Antônio Tavares Sucupira 16/06/2010 |